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Este modelo foi meu sonho de consumo anos atrás... |
Em um passado
remoto, nos idos dos anos 80 e 90, escolher uma TV nova para casa era uma
tarefa bem simples. Basicamente se trocava a TV de casa quando ocorria algum
problema sem possibilidade de conserto, ou se desejasse aumentar o tamanho
de alguma existente ou ainda para adicionar outra em algum outro cômodo da casa,
que era raro na época. Elas nos atendiam plenamente e duravam quase que uma
vida inteira.
Após a década
de 70, quando chegaram as TV’s a cores no Brasil, a substituição era por algum
dos motivos expostos acima, e em alguns casos para finalmente adquirir uma TV em
cores, pois quando essas chegaram ao Brasil eram extremamente caras. Afinal, como toda tecnologia nova e recente,
ela tinha o seu preço a ser cobrado.
Tecnologia
essa que nunca mais parou de inovar, a cada período com uma velocidade maior,
que para a grande maioria das pessoas se torna praticamente impossível de ser
acompanhada. Seja pela velocidade das inovações, seja pelos preços cobrados ou
simplesmente por não ser fácil conhecer e entender a “sopa de letras
tecnológica” que são nos apresentadas em cada anúncio de uma TV nova que chega
ao mercado.
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LG Oled C9 uma das tops |
Fenômeno
semelhante eu testemunhei nos anos 90 e 2000 quando a informática passou a se
movimentar com inovações freqüentes, nas mais variadas frentes, de games a
acessórios. Como eu trabalhava com tecnologia na época, para mim, era fácil
conhecer os termos e estar sempre atualizado, tendo orientado inúmeros amigos,
colegas e empresas a fazer investimentos e melhorias na área. Bons tempos
esses. Hoje, com a predominância dos celulares e notebooks, os computadores se
tornaram produtos simples de comprar, ficando o usuário expert que escolhe as
peças e configurações classificados em alguns nichos, como os gamers e alguns
outros mais específicos.
Por outro
lado, a Televisão, de uma escolha que era apenas de tamanho ou cor (nos anos
80) e se a tela seria plana ou côncava (nos anos 90), se tornou uma escolha tão
complicada hoje em dia, quanto à compra de um computador na virada do século. Tão
complicada que muitas pessoas acabam ficando com medo de fazer uma compra
errada de um produto muitas vezes de preço elevado.
Mas tentarei
ajudar e simplificar as escolhas a seguir.
Para começar
sua busca e encontrar a melhor opção se faz necessário definir 3 critérios
essenciais que irão auxiliar muito a escolha. São eles:
1 – Principal
finalidade e conteúdo que vai assistir nesta TV;
2 – Tamanho
desejado;
3 – Orçamento;
Ao final da
busca, a TV ideal será aquela que conseguir mesclar esses três critérios de
maneira mais uniforme, dando prioridade aqueles com maior importância em cada
perfil de usuário. Para auxiliar a chegar neste denominador comum, vamos falar
sobre cada um deles e como cada um pode influenciar na escolha ideal.
Ao definir a
principal finalidade da TV, temos a nossa tarefa facilitada, pois com ela
podemos eliminar uma série de opções que se oferecem na mídia que nos
bombardeia com inúmeras opções e ofertas pagas, assim que se começa a pesquisar
sobre aparelhos de TV nas redes sociais, Google e lojas online.
Se a principal
finalidade for assistir a TV aberta ou mesmo TV por assinatura, por exemplo, de
imediato podemos eliminar as opções mais caras do mercado. Pois apesar da
evolução tecnológica constante, a principal função de uma TV é mostrar imagens
e sons, o que qualquer TV atual consegue fazer. Para esta função você não
precisa de uma TV cheia de recursos, tais como 4K, HDR, 3D, inteligência
artificial, entre outras. De saída descartamos a necessidade de uma TV com
tecnologia 4K, pois não temos nenhum canal aberto hoje no Brasil que transmita
com esta tecnologia. Mesmo na TV paga existe uma oferta muito limitada de
canais com conteúdo em 4K, inclusive no exterior. Aqui no Brasil tivemos apenas
2 canais que exibiam conteúdo em 4K e que não estão presentes nas empresas mais
conhecidas, como NET, SKY, VIVO ou Oi. Justamente por isso, não se ouviu mais
sobre estes canais que possivelmente foram descontinuados.
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Samsung Q80R |
Já se a sua
intenção for assistir conteúdos com maior qualidade de imagem, como
transmissões em Ultra HD, você precisará de uma TV 4K e com tecnologia Smart.
Já que esses conteúdos somente são encontrados com facilidade na Netflix, Prime
Vídeo e Youtube. Eventualmente alguns canais fazem transmissões especiais e
esporádicas em 4K, como o SporTv durante a Copa do Mundo de 2018 e o Multishow
durante o Rock in Rio e alguns outros Shows, porém apenas a NET possui planos
4K para assinatura e conteúdos em 4K no NOW. A Oi fez apenas exibição para
convidados e clientes selecionados em poucos lugares. Outra opção para assistir
conteúdos em 4K é baixar da Internet o conteúdo neste formato e armazená-los em
um HD portátil para conectar na TV. Essas limitações de conteúdo também se
devem a tecnologia que permitiu filmes em Blu-ray 4K não ter sido lançada no
Brasil, estando disponíveis apenas através de importações, que devido ao dólar
alto se tornam inviáveis devido aos altos custos.
Já a
utilização e aproveitamento de games em 4K hoje em dia é a função que exige uma
TV mais preparada e equipada com as mais recentes tecnologias, fazendo jus à
compra de um televisor 4K de última geração e de grandes tamanhos que irão
entregar toda a tecnologia e qualidade prometida nos consoles de última geração.
O que já
começa a nos levar para os outros 2 critérios. O tamanho da TV atualmente é uma
escolha mais pessoal do que técnica, visto que as famosas tabelas de relação de
distância e tamanho de TV que circulam pela internet são bastante variáveis e
se adaptam a qualidade do conteúdo. De maneira que a distância recomendada para
um conteúdo de qualidade HD, não é a mesma para assistir conteúdos FullHD ou
UHD (UltraHD 4K).
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Sony XBR-X955G outra das top |
Assim, também
podemos deixar claro que televisores de 32 polegadas, em sua esmagadora maioria
são produzidos com qualidade apenas HD, com resolução de 1366x768. Aonde os
números acima se relacionam com a quantidade de pixels contados na horizontal e
na vertical da TV, respectivamente. Como a imagem é formada por pixels, quanto
maior a resolução (quantidade de pixels), menos defeitos e imperfeições se
notará na imagem.
Já a resolução
FullHD (1920x1080) é normalmente encontrada nas TV’s com tamanho a partir de 40
polegadas. É a qualidade de imagem utilizada na maioria das transmissões de
canais em alta definição, nos filmes e séries em Blu-ray. Devido a sua alta
qualidade de imagem, é possível assistir TV’s com conteúdo nesta resolução a
uma distância menor, permitindo nos posicionar a cerca de 2m da TV com uma tela
de 43” ou até de 50”.
A resolução
UHD ou 4K (3840x2160), apesar de poder ser encontrada em televisores de 40
polegadas em diante, somente será melhor percebida em tamanhos de tela a partir
de 55 polegadas. Para poder notar a diferença entre uma imagem em FullHD e
outra em 4K em telas menores do que 55”, requer que o telespectador esteja
muito mais próximo da TV, com uma distância máxima de até 1,5m. Já as imagens
em 4K em uma tela de 55” podem ser assistidas a uma distância de 2m sem causar
qualquer fadiga visual, devido a sua alta qualidade e quantidade de pixels, que
nos impede de notar os defeitos na formação das imagens.
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Comparação do tamanho das imagens em pixels. |
Assim, uma
pequena dose de bom senso nos permitirá decidir o tamanho ideal de TV para cada
ambiente.
Já o último
critério, preço, nos permitirá escolher a melhor televisão com a maior
quantidade de tecnologias relevantes que poderemos comprar. Afinal, existem
TV’s de tamanhos equivalentes, com tecnologias semelhantes, que chegam a custar
até 3x mais do que outro modelo, às vezes da mesma marca. Alguns modelos de alta qualidade com 55" chegam
a custar mais de R$ 4.000,00 enquanto outros, bem maiores podem passar dos R$
100.000,00.
Entre as
tecnologias embarcadas nos televisores e que interferem diretamente no preço
podemos destacar, e resumir, as elencadas a seguir:
- Pixel. É o menor elemento em um
dispositivo de exibição (por exemplo, um monitor), ao qual é possível
atribuir-se uma cor. De uma forma mais simples, um pixel é o menor
ponto que forma uma imagem digital, sendo que um conjunto de pixels com várias
cores formam a imagem inteira.
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Visual das imagens ao serem vistas de perto |
- Tecnologia 3D. Hoje não são mais
encontrados modelos novos a venda no Brasil, sendo que sua produção tem sido
descontinuada ao redor do mundo devido a inúmeros fatores. Se você gosta de
imagens em 3D, cuide de sua TV que possui o recurso ou procure em vendas de
usados. Não existem transmissões em 3D, portando a única possibilidade de
assistir este conteúdo na TV é com filmes em Blu-ray com esta tecnologia. Logo
além da TV terá de possuir o reprodutor de Blu-ray compatível com a tecnologia
3D e os óculos que costumavam acompanhar tais TV’s.
- LED. Cerca de 95% das TV’s encontradas
a venda hoje no mundo utilizam a tecnologia LED que evoluiu do LCD e eliminou
as telas de Plasma que existiam anos atrás. Existem muitas variações de LED,
desde as tradicionais LCD, como as que possuem tecnologias de aprimoramento
como as QLED da Samsung, Triluminos da Sony e Nanocell da LG que permitem
entregar uma qualidade maior de cor e brilho. Todas elas são LED que utilizam a tecnologia de pontos quânticos, por mais que
o marketing das empresas tente vendê-las como se fossem uma tecnologia nova (especialmente o da Samsung).
Apenas possuem alguns aprimoramentos que cobram o preço (alto) da evolução e
entregam imagens melhores.
- OLED. O Oled também é uma evolução do
LED, porém diferente em sua constituição, utilizando outros materiais que
permitem um maior contraste. É a tela que permite as melhores qualidades de
imagem por ser a única capaz de apresentar o preto absoluto, coisa que as LED
não conseguem. Porém a Oled possui duas desvantagens em relação às LED: menor
capacidade de brilho e a possibilidade de sofrerem o famigerado efeito burn-in
(uma imagem estática ficar gravada ou “queimada” na tela para sempre). Como apenas
uma pequena parcela de fabricantes utiliza esta tecnologia em pouquíssimos
modelos à venda, o seu preço costuma ser maior que o das melhores telas de LED.
- Frequência (refresh-rate). Indica
quantas vezes por segundo a tela do aparelho é atualizada. Informação que a
maioria das pessoas não conhece ou sequer leva em consideração no momento de
comprar uma TV. Quanto maior a freqüência, medida em hertz, melhor a TV irá
lidar com imagens em movimento rápido, como jogos esportivos ou filmes de ação,
eliminando rastros de imagem e o chamado efeito “blur”. A maioria dos
televisores possui freqüência de 60hz, sendo que as melhores possuem freqüência
de 120hz. Essa tecnologia pode ser nativa (ideal) ou simulada por software, que
não alcança o mesmo efeito, sendo apenas um paliativo, que os fabricantes
vendem com números cada vez maiores. Portanto procure descobrir a frequência real,
ou nativa, do painel de TV.
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Comparação de diferentes frequências e seu visual |
- Tecnologia Smart. A maior parte das
TV’s hoje possui a tecnologia Smart, que as transformam em verdadeiros centros
de integração multimídia, possibilitando o acesso à internet e a serviços
online através de aplicativos (app). Cada fabricante costuma escolher o seu
tipo de interface, sendo os mais conhecidos o WebOS da LG, o Tizen da Samsung e
o AndroidTV na Sony. Fabricantes menores costumam licenciar tecnologias mais
“baratas” ou versões desatualizadas do Android, que deixam a navegação pelo
controle remoto e a usabilidade da TV prejudicadas. Nesta questão, o ideal é ir
até uma loja e pedir para testar a funcionalidade dos sistemas, até encontrar
aquele que mais lhe agradará.
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Android TV na Sony |
- Local Dimming. Todos os painéis LED são retro iluminados*. A forma como
isso é feito pode tornar uma TV melhor e bem mais cara do que outra. Existem
basicamente dois tipos de retro iluminação: Edge-Lit e FALD (Full
Array Local Dimming). Sendo que a principal diferença é como eles podem
escurecer e iluminar partes da tela. As telas Edge-Lit (mais econômicas)
possuem iluminação apenas nas bordas da tela, tendo menos qualidade de
iluminação e escurecimento, aonde o preto na verdade é um cinza escuro;
enquanto as telas FALD possuem iluminação por zonas em toda a traseira do
painel, tendo muito mais qualidade no escurecimento (se aproximando da
qualidade das telas OLED) e no brilho superior da tela em imagens mais claras.
O HDR real somente pode ser alcançado por telas FALD. Muitos fabricantes
anunciam tecnologia HDR até mesmo nas suas TV’s mais econômicas, sem a
tecnologia FALD, o que acaba virando apenas marketing, sem resultados reais. Abaixo destaco duas imagens que comparam as telas em questão exemplificando como são feitas as iluminações (os LED que se acendem ou apagam) em cada tecnologia.
* Nos painéis OLED cada pixel possui brilho próprio que muda de cor ou se desliga para exibir a cor preta, o que resolve este problema.
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Diferença entre painéis |
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Formas de iluminação em painéis |
- HDR (High Dynamic Range ou alto alcance
dinâmico). O HDR é um recurso desenvolvido para que dispositivos eletrônicos
gerem ou reproduzam imagens que apresentem cores mais vivas, com melhores
níveis de contraste, tons claros com mais brilho e tons pretos mais escuros. A
idéia, portanto, é que uma tela com suporte a esse padrão, exibindo imagens com
HDR, vá apresentar um resultado muito mais bonito esteticamente e com cores
mais vivas e próximas à forma pela qual os olhos as veem naturalmente. O HDR
funciona preservando detalhes de cor na imagem que, do contrário, acabariam
perdidos nos padrões atuais de conversão de imagem. Além de a TV possuir essa
capacidade, o conteúdo a ser reproduzido também deve ter sido produzido
atendendo a estas especificações, permitindo que ao reproduzir a imagem a tecnologia
altere os padrões de cor, brilho e contraste independente da calibragem que
você aplicou à TV.
- HDMI ARC (Audio Return Channel). É a capacidade da conexão HDMI efetuar o caminho
inverso. Ou seja, ao invés de apenas levar a imagem e o som de um dispositivo
para a TV, permite que a TV envie áudio de volta, pelo mesmo cabo. Com isso é
possível, por exemplo, ao ligar um Xbox à TV através de um cabo HDMI, a TV
recebe a imagem e o som como seria o normal, porém através da porta HDMI ARC
ela consegue enviar o som recebido para um dispositivo externo, como uma
soundbar ou um Home Theater, diminuindo a quantidade de cabos e fios conectados
na TV. O mesmo pode ser feito com o som da TV paga ou de outra fonte.
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Conexão HDMI com tecnologia ARC |
Além das
tecnologias acima também procure verificar a quantidade de entradas HDMI para
lhe atender, evitando assim a necessidade de ter de ficar conectando e desconectando
equipamentos da TV a cada utilização. A maior parte dos equipamentos mais
recentes utiliza as entradas HDMI para se conectarem com alta qualidade às
TV’s, tais como vídeo-games, decodificadores de TV paga, DVD’s, Blu-rays, etc.
A existência de entradas USB também facilitará a conexão de outros periféricos,
como pendrives, que lhe permitirão ver fotos e vídeos pessoais com maior
facilidade.